Investimentos

Petrobras (PETR4): Último leilão da ANP traz bons sinais aos investidores; veja análise

A petroleira saiu em 3º lugar entre os maiores investimentos na última rodada de leilões da ANP de blocos exploratórios.

Por Ruy Hungria

23 jun 2025, 08:00

Petrobras (PETR4)

Imagem: Agência Brasil

O último leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para a oferta de blocos exploratórios trouxe sinais positivos para os investidores da Petrobras. 

Apesar de ter sido a grande vencedora em quantidade de blocos arrematados, em termos de valores a companhia ficou apenas na 3º posição, atrás de Chevron e CNPC. Por que isso é positivo?

Com o problema fiscal cada vez mais evidente, começaram a surgir receios de que a Petrobras pudesse sofrer algum tipo de interferência para entrar no leilão com a intenção de ajudar o governo a fechar as contas, arrematando muitos blocos por valores exorbitantes.

Não foi o que aconteceu; dos quase R$ 1 bilhão arrecadados pela União, a Petrobras mostrou bastante diligência e contribuiu com apenas R$ 139 milhões, sem abrir mão das áreas que considerava prioritárias, especialmente na Bacia Foz do Amazonas. 

Foz do Amazonas desperta interesse de grandes companhias

Falando em Foz do Amazonas, vale a pena notar o grande interesse da Chevron e ExxonMobil. Todos os blocos arrematados na Bacia tiveram participação de uma, da outra, ou das duas. 

Isso é importante porque elas já operam na Margem Equatorial em países vizinhos e conhecem bem a região. O interesse delas apenas confirma o grande potencial da área. 

Voltando aos problemas fiscais do governo, recentemente o Ministro Fernando Haddad deu sinais de que a PETR4 poderia contribuir com o pagamento de dividendos extraordinários.

CEO da Petrobras fala sobre dividendos extraordinários

Sobre isso, a CEO da Petrobras, Magda Chambriard, disse em entrevista recente que a companhia se esforçará para pagar dividendos extraordinários, mas que isso dependerá dos preços do petróleo – o que, em nossa visão, é a forma correta para encarar o tema. 

Se o petróleo voltar para próximo dos US$ 60, será difícil vermos dividendos extraordinários, a não ser que a Petrobras se alavanque para isso, o que não é sustentável. 

Por outro lado, a recuperação recente da commodity aumenta as chances de que a companhia consiga sim pagar dividendos extraordinários sem comprometer seu equilíbrio financeiro, o que seria boa notícia para os acionistas.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.

OSZAR »